sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Sem título ( ainda )

Duas vidas, uma pessoa.
A tua, a que queres e vives. A que deverias estar a viver ( ? ) .
Dois críticos interiores ao invés da unidade que geralmente corresponde a cada indivíduo.
Milhares de pensamentos que se atropelam uns aos outros sem nunca realmente permitirem a esta pessoa a proeza de por si só pensar.
Digamos que num minuto passam nesta mente distorcida um milhar de pensamentos.
Não poderão ser todos de sua autoria, de sua genuína preocupação ou feroz interesse. talvez meio milhar deles o possam efectivamente ser, os restantes, esses vêm da infeliz e insistente interferência " dos outros " na sua já confusa psyche, indicando a melhor solução, a coisa certa a fazer, a melhor forma de agir.
Sempre, mas sempre naquele tom conselheiro mas totalmente reprovador do inverso comportamento.
É o tipico " mas tu é que sabes ! "
Mas se eu é que sei e se até ( calhou ) nem perguntei nada para quê a grátis e repleta de uma consciência intelectual e inteligeência emocional, peça de informação ?
Que a utilizem para si .
Quem me dera ter toda essa capacidade para assim tão facilmente resolver as minhas confusões e compreender todas as instâncias do meu ego de forma tão linear, teórica, e ao mesmo tempo tão prática e acima de tudo do lado de lá das grades que me aprisionam dentro deste complexo orgânico, de estrutura rijida e de tão alta segurança que é a minha pessoa...


" Entretanto o tempo fez cinza da brasa
Outra maré cheia virá da maré vaza
Nasce um novo dia e no braço outra asa
Brinda - se aos amores com o vinho da casa
E vem - nos à memória uma frase batida
Hoje é o primeiro dia do resto da tua vida " Godinho, S.



L .